HOMENAGEM PELO DIA INTERNACIONAL DA MULHER
08/03/2018
JOANA GUEDES CARVALHO
Nascida em 1914, a lucidez de D. Joana - com 103 anos - é surpreendente. Com muita tranquilidade, ao redor dos filhos, ela recorda “Me casei aos 16 anos, vim para esta casa e nunca mais saí”. Tendo como “quintal” a Praça da Matriz, ela relata como eram as festas, a amizade de sua família com os padres que por aqui passaram, o movimento das pessoas no local e como as coisas mudaram de lá pra cá.
D. Joana Carvalho, juntamente com a D. Maria do Carmo (da família Perroni) e D. Maria Paulina (esposa de Nenê Corrêa), participaram do grupo que tomou a frente para que fosse construída a primeira Santa Casa de Itamonte e, mais adiante, também encabeçaram a construção da atual Santa Casa de Caridade. Ela também fez parte do grupo que organizou os movimentos para a construção da atual Igreja Católica da cidade.
Mãe de 13 filhos, D. Joana lembra com satisfação das festas e do engajamento dos itamontenses para que estas obras fossem concretizadas. Segundo ela, os fazendeiros doavam um dia de lucro do leite que tiravam, realizavam leilões de gado, as mulheres faziam quitandas e prendas para os bingos, todos se uniam em prol da comunidade.
Ao ser perguntada a respeito da criação dos filhos, D. Joana, que foi casada com o Sr. Antonio Batista de Carvalho – falecido em 1982, conta uma de suas peculiaridades como mãe “Aqui em casa sempre teve apenas uma chave na porta. Eu abria de manhã e à noite ficava esperando o último chegar para trancar a porta. Nunca dei chave de casa na mão de filho”. E os filhos de D. Joana, presentes na ocasião, reforçam que ela sempre foi uma mãe muito preocupada e zelosa.
E hoje ela colhe os frutos desta relação. De acordo com os filhos, todos os dias, no horário do café da tarde, eles se reúnem com ela, se não todos, pelos menos alguns deles.
D. Joana é uma das poucas itamontenses com mais de 100 anos, com o privilégio de ter sua lucidez intacta e conviver diariamente com filhos, netos, bisnetos e tataranetos.
